Timbila é instrumento tradicional moçambicano da família dos xilofones, utilizado originariamente pelo povo Chope, em Zavala, na província de Inhambane (sul de Moçambique). As primeiras referências à timbila aparecem em escritos portugueses do século XVI, no entanto, considera-se que a existência de tais instrumentos, na costa sudeste de África, tenha provavelmente surgido em resultado dos contactos estabelecidos, durante o século X, com a actual Indonésia, onde também se encontram este tipo de instrumentos.
A TIMBILA, o xilofone mais representativo da música e dança tradicional chope, considerada em 2006 Património Imaterial da Humanidade.De referir que, em Moçambique, há dois nomes para este modelo de idiofone: a timbila, originada no povo Chope e conhecida na província de Inhambane (distritos de Zavala, Inharrime, Panda, Vilanculos, Homoine) e a varimba (ou valimba), originada no povo Sena e conhecida nas províncias de Manica, Sofala e Tete (nos distritos de Changare, Moatize, Mutarara).
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A timbila (plural de mbila = 1 lâmina de madeira) apresenta a sua particularidade nas massalas (ou “maçalas”), isto é, cabaças de vários tamanhos que funcionam como caixas de ressonância e que se encontram por baixo de cada lâmina de madeira. Cada lâmina possui um pequeno orifício pelo qual o som é transmitido até à caixa de ressonância (cabaça). Esta encontra-se fixa à lamina, através de uma mistura de componentes naturais, como cera de abelha, terra e intestino animal. Os materiais com que se constrói a mbila são fundamentais para lhe conferir o timbre típico. A sua construção, uma arte transmitida de pais para filhos, demora perto de três meses e meio. A timbila é tocada com duas baquetas que na ponta possuem um anel de borracha. Para constituir uma orquestra de timbilas, são necessários vários tipos de mbilas que se diferenciam pelo número, tamanho (em comprimento e largura) e pelo tamanho das suas cabaças.
Em Zavala, os chefes tribais, por tradição, reuniam as populações, em encontros designados msaho, para confraternizarem, cantando e dançando. Nesses encontros, realizavam-se actuações musicais e dançantes com timbilas, durante as quais se escolhiam e se premiavam os melhores artistas. Também se discutiam detalhes relacionados com a construções daqueles instrumentos.
Actualmente, por altura da primavera, realiza-se um festival de timbilas, que reúne as melhores orquestras para apresentação e avaliação de novas composições musicais. Cada uma das orquestras pode reunir até vinte músicos e apenas compor uma peça por ano, sempre a partir da anterior, para que assim se mantenham as particularidades musicais de cada orquestra.
Dos seus vários intérpretes destaca-se Eduardo Durão e Venâncio Mbande. Salientam-se o trio Silita, que associa o som das timbila à voz feminina, e os grupos Timbila e Muzimba, que estabelecem uma fusão entre os sons e ritmos tradicionais das timbila com os dos instrumentos modernos..
Linguas Tradicionais
O
português é a
língua oficial e a mais falada do país, usada por pouco mais da metade da população. Cerca de 38%, principalmente a população africana nativa, usam o português como
segunda língua e 12,78% falam-no como primeira língua. A maioria dos moçambicanos que vivem nas áreas urbanas usam o português como principal idioma.
As
línguas bantas de Moçambique, que são as mais faladas no país, variam muito em seus grupos e, em alguns casos, são bastante mal analisadas e documentadas. Além de ser uma
língua franca no norte do país, o
suaíli é falado em uma pequena área do litoral próxima à fronteira com a
Tanzânia; mais ao sul, na
Ilha de Moçambique, o mwani, considerado como um dialeto do suaíli, é falado. No interior da área de suaíli, o
maconde é o idioma mais falado, separado da área onde
ciyao é usado por uma pequena faixa de território de falantes da
língua macua. O maconde e o ciyao pertencem a grupos linguísticos diferentes, sendo o ciyao muito próximo da língua mwera da área do planalto Rondo, na
Tanzânia.
Alguns falantes do
nianja são encontrados na costa do
lago Malawi, bem como do outro lado do lago na fronteira com o
Malawi. Há falantes de emakhuwa, com uma pequena área de língua eKoti no litoral. Em uma área abrangendo o baixo Zambeze, falantes da
língua sena, que pertence ao mesmo grupo da língua nianja, são encontrados, com áreas que falam a CiNyungwe rio acima. Uma grande área de
língua chona se estende entre a fronteira do Zimbabwe e do mar. Anteriormente essa língua era considerada uma variante do
ndau,
mas agora usa a ortografia shona padrão surgiu no
Zimbabwe. Há também grupos falantes da
língua tsonga, enquanto o
tswaocorre no litoral e no interior. Esta área de linguagem se estende até a vizinha África do Sul. Ainda relacionados a estes idiomas, mas diferentes, estão os falantes do
chope ao norte da foz do
Limpopo e os falantes da
língua ronga na região imediatamente ao redor da cidade de
Maputo. As línguas deste grupo são, a julgar pelos vocabulários curtos, muito vagamente semelhante ao
zulu, mas obviamente não são do mesmo grupo linguístico. Há pequenas comunidades falantes do Swazi e Zulu em áreas de Moçambique imediatamente ao lado da fronteira com a
Suazilândia e com
KwaZulu-Natal, na
África do Sul.
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